O produtor musical Rick Rubin foi entrevistado pelo jornalista americano Anderson Cooper pro programa de TV 60 Minutes.

— Você toca instrumentos musicais?

— Muito pouco.

— Você sabe operar uma mesa de som?

— Não. Eu não tenho nenhuma habilidade técnica, e não sei nada de música.

— Alguma coisa você deve saber!

— Bom, eu sei o que eu gosto e o que eu não gosto, e eu sou resoluto quanto ao que eu gosto e o que eu não gosto.

— Então o que é que eles buscam quando te contratam?

— A confiança que eu tenho no meu gosto, e a minha habilidade de expressar o que eu sinto, tem se demonstrado útil para os artistas.

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Como lembra o Nassim Taleb na Lógica do Cisne Negro: o megaempresário de origem grega Aristóteles Onassis não tinha um escritório — na verdade, nem de escrivaninha ele precisava. “Sua principal ferramenta de trabalho era um caderno, que continha toda a informação de que ele precisava… Em geral, ele acordava ao meio-dia. Se precisasse de aconselhamento jurídico, ele mandava trazer seus advogados para alguma casa noturna parisiense às duas da madrugada.”

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Outra história lembrada pelo Taleb, desta vez em Antifrágil. “O ensaísta e poeta francês Paul Valéry perguntou uma vez a Einstein se ele carregava consigo um caderno para anotar ideias. ‘Eu nunca tenho ideias’, foi a resposta (na verdade, ele só não tinha ideias de merda).”

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Já que falei do Einstein. A biografia escrita pelo Walter Isaacson conta que o físico ocasionalmente se hospedava na casa do empresário Leon Watters; numa dessas estadias, o Einstein “supreendeu Watters ao chegar sem robe de quarto nem pijamas. ‘Quando eu me recolho, eu durmo como a natureza me fez’, ele disse. Watters lembrou, no entanto, que ele pediu emprestado um lápis e um bloco de notas para deixar do lado da cama.”

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No programa de rádio do Howard Stern, o comediante Jerry Seinfeld falou que o tempo inteiro está procurando material pros seus shows de comédia — no restaurante, com a família, mesmo durante aquela entrevista com o Howard (“não, não tem nada que eu possa aproveitar aqui”). O radialista até perguntou se não dava trabalho ter que ficar lembrando de todas as ideias que certamente iam surgindo pra ele ao longo do dia; o Seinfeld: “Tem alguma outra coisa pra eu fazer? É só o que eu faço, dia após dia — você pergunta pro Tiger Woods como ele faz pra se lembrar dos tacos que precisa usar? Ele não tem outra coisa pra fazer da vida!”

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